Numa altura em que está em causa algo tão simples como a autonomia da gestão dos hospitais, devemos recordar e honrar quem por ela toda a vida se bateu. José Joaquim Nogueira da Rocha começou como administrador de um estabelecimento dos então denominados Hospitais Civis de Lisboa (HCL) um conglomerado velho de séculos, de sete hospitais, então com quase 4 mil camas e outros tantos funcionários, tendo sido mais tarde administrador-geral de todo o conjunto.

Tinha transitado da Direção-Geral dos Hospitais, onde a convite de Coriolano Ferreira, diretor-geral, fora o primeiro chefe de repartição. Os Civis, como eram antão designados os HCL, tinham um administrador-geral e sete administradores um por cada estabelecimento. Nogueira da Rocha foi um dos primeiros. Criado o Curso de Administração na ENSP, entendeu que deveria graduar-se, o que fez com distinção em 1971-1972 com uma dissertação já premonitória pelo título, O Hospital Público Empresa Pública, aplicação a um futuro Hospital Ocidental de Lisboa. Mais tarde a sua tese de doutoramento com o título O Hospital, Estrutura, Dinâmica de Gestão e Desenvolvimento Organizacional, retomou esta ideia-força. Sem o longo e ilustre magistério de Coriolano Ferreira e sem estes dois trabalhos teria sido mais difícil ou até impossível a criação dos hospitais-empresa, primeiro sob a forma de sociedades anónimas (SA), depois sob a forma de entidades públicas empresariais (EPE), o maltratado modelo de gestão hospitalar que hoje possuímos.

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Intervenção no Fórum de Tecnologia e Inovação em Saúde, organizado pela APAH. Cerimónia de atribuição da 1ª Bolsa José Nogueira da Rocha para projetos de melhorias de processo em áreas não-clínicas de unidades do SNS, em 23.06.23 

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