Os riscos profissionais e ambientais nas unidades prestadoras de cuidados de saúde, estão cada vez mais na ordem do dia, envolvendo profissionais, utentes, visitantes, instalações e equipamentos, podendo originar danos de vária ordem, tais como acidentes, quase acidentes, doenças ou ações legais movidas.

Tendo em vista a prevenção e o controlo de qualidade da água em edifícios, assumem particular importância vários sistemas:

  • Rede Predial de Água Fria e Água Quente Sanitária
  • Sistemas de Ar Condicionado
  • Torres de Arrefecimento ou Condensadores Evaporativos
  • Sistemas com utilização de água climatizada de uso terapêutico
  • Sistema Contra Incêndios
  • Sistema de rega por aspersão;
  • Fontes ornamentais
  • Limpezas e lavagens a alta pressão

Estima-se que somente 5% dos microrganismos presentes na água, estão em suspensão. Os restantes encontram-se sob a forma de comunidades organizadas e estruturadas de microrganismos, autênticas cidades de microrganismos (biofilmes), agregadas às paredes dos vários elementos constituintes dos sistemas de águas.

Para os citados sistemas é crítica a implementação de um plano de prevenção e controlo, consistindo numa metodologia integrada de avaliação e gestão de riscos. Assume como requisitos fundamentais o trabalho em equipa (multidisciplinar), a cooperação, a partilha multidirecional da informação e um grande enfoque na prevenção, em detrimento da correção. Neste último aspeto, a monitorização contínua de parâmetros físico-químicos assume particular importância.

Adicionalmente um ponto crítico relaciona-se com o levantamento e validação da rede existente. Frequentemente é parca a informação atualizada e digitalizada.

Relativamente à análise de risco e identificação de pontos críticos, vários são os aspetos a ter em consideração:

  • Temperatura desadequada, nos Reservatórios e ao longo da rede
  • Limpeza e desinfeção insuficiente
  • Velocidade de circulação baixa
  • Estagnação
  • Desinfeção Química baixa
  • Desinfeção Térmica baixa
  • Ruturas
  • Materiais naturais
  • Elementos nutritivos (ex. biofilme)
  • Pressão baixa
  • Filtros terminais, se fora de validade
  • Desequilíbrios
  • Idade da água

Algumas notas sobre alguns dos pontos atrás referidos:

  • Quanto à temperatura é de referir que a água fria deve ser fria e água quente deve ser quente. Temperaturas mornas são um risco acrescido para o processo.
  • Idade da água é o intervalo de tempo que medeia entre o tratamento da água e a altura em que chega ao utilizador no ponto terminal (ex. torneira). Muitos dos problemas de qualidade da água resultam de interações na própria água e entre a água e as paredes das tubagens. Assim, quanto maior for a idade da água maior é o tempo de contacto, e o aumento da probabilidade de possíveis reações, degradando a qualidade da mesma.
  • Nos sistemas de desinfeção da água à base do cloro, o mais promissor é a sua produção local, já que permite a eliminação dos problemas relacionados com o transporte de substâncias com alto teor de concentração e adicionalmente o inconveniente da degradação do produto desinfetante ao longo do tempo e função das condições de armazenamento. Só é produzido o que é consumido.

No SUCH o referido plano de prevenção e controlo assume a forma de um Plano de Segurança de Águas, tendo como linhas orientadoras os vários requisitos legais, recomendações da Organização Mundial de Saúde e boas práticas existentes.

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